Manifiesto Ruptura

Manifesto do Grupo Ruptura, 1952. Lothar Charoux, Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros, Kazmer Féjer, Leopold Haar, Luís Sacilotto, Anatol Wladyslaw.

ruptura

charoux – cordeiro – de barros – féjer – haar – sacilotto – wladyslaw

a arte antiga foi grande, quando foi inteligente.
contudo, a nossa inteligência não pode ser a de Leonardo.
a história deu um salto qualitativo:

não há mais continuidade!

então nós distinguimos
os que criam formas novas de princípios velhos
os que criam formas novas de princípios novos

por que?

o naturalismo científico da renascença – o método para
representar o mundo exterior (três dimensões) sobre
um plano (duas dimensões) – esgotou a sua tarefa histórica.

foi a crise                  foi a renovação

hoje o novo pode ser diferenciado precisamente do velho. nós rompemos com o velho, por isto afirmamos:

é o velho

todas as variedades e hibridações do naturalismo;
o não-figurativismo hedonista, produto do gostogratuito, que busca a mera excitação, do prazer ou do desprazer.
a mera negação do naturalismo, isto é, o naturalismo “errado” das crianças, dos loucos, dos “primitivos”, dos expressionistas, dos surrealistas etc. . . ;

é o novo

as expressões baseadas nos novos princípios artísticos;
todas as experiências que tendem à renovação dos valores essenciais da arte visual (espaço-tempo, movimento e matéria);
a intuição artística dotada de princípios claros e inteligentes e de grandes possibilidades de desenvolvimento prático;
conferir à arte um lugar definido no quadro do trabalho espiritual contemporâneo, considerando-a um meio de conhecimento deduzível de conceitos, situando-a acima da opinião, exigindo para o seu juízo conhecimento prévio.

arte moderna não é ignorância, nós omos contra a ignorância.